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Sarah usa a internet para incluir e refletir sobre as pessoas com deficiência


#DescriçãoDaImagem: Na foto está Sarah, uma jovem de pele branca, cabelos longos ruivos, ela está sorrindo. Ao fundo estão folhas verdes de plantas. Fim da descrição

As plataformas digitais facilitam muito o acesso a diferentes conteúdos, entre elas está o YouTube, que foi a forma da jornalista com deficiência Sarah Santos encontrou para vencer a timidez e refletir sobre as questões relativas ao universo da pessoa com deficiência.


A deficiência


Sarah tem 21 anos, é formada em comunicação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), e vive na cidade de Campo Grande Mato Grosso do Sul. Filha de pai e mãe com deficiência, ela tem Ficomelia, causada em razão da Talidomida, um medicamento (hoje proibido), mas que quando liberado causou várias deficiências e sequelas “a minha avó materna e paterna tomaram o remédio e meu pai e minha nasceram com deficiência. Eu nasci com um braço mais curto e com alguns dedos a menos. Sendo filha de pais com deficiência essa é minha bandeira.” Explica.


Dia a dia


Em razão de ter um braço mais curto e alguns dedos a menos, Sarah conta que as principais dificuldades que ela enfrenta são questões arquitetônicas “a maioria das ações são feitas para pessoas em cadeira de roda, porque muitos entendem a deficiência como a ideia da cadeira. Mas não vejo muita acessibilidade para os membros superiores.” Exemplifica.

Outras ações que geram dificuldades estão ligadas a altura e ambientes “em relação a objetos altos, maçanetas giratórias e para pessoas que não tem os cinco dedos, é uma dificuldade muito grande não ter o polegar. Eu nunca vi uma medida de acessibilidade para esse grupo de pessoas, e também além de tudo isso é a barreira atitudinal, os olhares, as frases, o capacitismo, a necessidade de estar provando a competência e o potencial.” Conta.

Em relação ao preconceito, Sarah diz que quando mais jovem sofria com isso, principalmente, pelo falta de conhecimento das pessoas “falta de tato de colegas e professores, mas eu faço questão de dialogar sobre isso com os outros.” Relata.


O canal


Sarah conta que era muito tímida e somando isso com a deficiência não muitos amigos “eu era aquela menina que passa o dia na internet, conversava com pessoas do Brasil inteiro pela internet, e foi quando eu fui adquirindo informações sobre as mais diversas causas, e foi quando eu conheci outras pessoas com deficiência que me inspiraram, e eu me tornei extrovertida.” Explica.

Além do canal do YouTube ela aposta nas outras redes sociais para construir uma rede de contatos e informações “não só o canal do YouTube, mas usar o Instagram e o blog como ferramenta foram a saída que eu encontrei para falar das questões da pessoa com deficiência. Com 15 anos eu tive o meu primeiro canal que eu falava de coisas importantes para uma menina de 15 anos. Ano passado, eu decidi voltar e falar da temática deficiência.” Relata.

Uma das razões que a levaram para a internet foi à questão de ser um espaço democrático e a possibilidade de oferecer diferentes conteúdos “não apenas pela questão da acessibilidade. A internet é um espaço muito mais democrático que os outros que a gente tem. Precisamos fugir dos discursos levianos, precisamos fugir da bolha e falar para pessoas que nunca ouviram falar sobre isso, tem que ser muito didática, é o meu maior desafio.” Explica.


Assuntos


Entre os temas que Sarah aborda está a questão da autoestima, pois segundo ela “é uma coisa que desde que eu comecei a falar sobre isso é uma coisa que eu percebo que é um assunto não apenas para pessoas com deficiência, mas para mulheres em geral, e parar de se comparar com as outras.” Conta.

Mas além dele estão em vídeos do canal temas como sexualidade, preconceito e situações cotidianas, porém, ela se lembra da necessidade de se aprofundar “existe a necessidade de se aprofundar, precisamos realmente discutir esses assuntos. Falar sobre preconceito velado, exclusão, coitadismo e levar isso para pessoas que pouco ouviram falar sobre inclusão.” Afirma.


Futuro


Sarah diz não ter um plano traçado, no entanto, quer seguir produzindo conteúdo “para o futuro não tenho um plano traçado, mas quero seguir produzindo conteúdo, continuar fazendo o que eu faço, fazendo um trabalho de formiguinha e transformar o ponto de vista das pessoas”, e deixa um alerta para a vida “não liguem para o que as pessoas vão falar”. Finaliza.


Conheça o canal da Sarah



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