Entre 21 e 28 de agosto celebra-se a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, mas serve para que as demais deficiências também entrem no radar da sociedade. Ações nacionais, estaduais e municipais discutem (ou deveriam) o papel da pessoa com deficiência na sociedade.
No entanto, algumas dessas ações ainda estão em processo de amadurecimento, pois há alguns anos a pessoa com deficiência era apenas um “fardo” social que deveria estar “escondida” na APAE, em casa ou em uma clínica especializada. Porém, nos últimos anos com o implemento de políticas públicas de inclusão e acessibilidade esse cenário vem mudando e as pessoas com deficiência vem conquistando o protagonismo na sociedade.
Apesar disso, ainda precisamos ser atentos a algumas práticas da sociedade, principalmente nas ações ligadas a Semana da Pessoa com Deficiência, visto que esse é o momento de maior atenção social com a causa, e informações ou práticas erradas podem ser determinantes para o fracasso de práticas inclusivas.
Pensando nisso fiz uma lista prática das cinco coisas mais comuns que já percebi nas atividades relacionadas à pessoa com deficiência:
1- Evite a ação chamada troca de papéis: É aquela em que pessoas sem deficiência passam por situações ligadas à pessoa com deficiência tipo “andar” de cadeira de rodas, ou de olhos vendados simulando uma cegueira. Além de ineficientes essas práticas não darão as pessoas sem deficiência a dimensão do que uma pessoa com deficiência sente ou não, além disso, essa prática alimenta o capacitismo uma das práticas mais danosas à inclusão.
2- Insira a pessoa com deficiência nos debates: As rodas de conversa são muito importantes para a troca de experiências, no entanto, convida-se o médico, o professor, o advogado, mas não as próprias pessoas com deficiência. É importante que ela esteja inclusa e participe das tomadas de decisões, pois é ela que conhece a sua realidade.
3- Combate à infantilização: Muito comum no dia a dia, a infantilização, consiste em tratar a pessoa com deficiência como se fosse uma criança, falando no diminutivo ou se dirigindo ao acompanhante ao invés da própria pessoa. Essa também é uma forma de capacitismo e precisa ser evitada e combatida.
4- Não esqueça as políticas públicas: É muito comum nessa época “esquecer” as lutas e conquistas vinda por meio das políticas públicas, no entanto, esse é o momento de reforçar elas e cobrar dos gestores públicos a aplicação e ampliação dos direitos da pessoa com deficiência.
5- Dê o protagonismo às pessoas com deficiência: O termo “Pessoa com deficiência” surgiu para valorizar a pessoa. É justamente isso que as semanas precisam pensar na valorização humana, na pessoa que está ali, ela sente dor, medo, prazer, ama, chora, ri. É o olhar humano que transforma a sociedade.
Essa lista não tem a pretensão de corrigir ou ensinar alguém, ela tem por base meus estudos, vivências e observações.
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