Às vezes eu me pergunto para que serve uma nomenclatura, uma sigla ou até uma marca e a maioria das respostas que me vem à cabeça é identificação, mas é uma identificação sem estigma, sem dano ou até personificação de um grupo ou classe. É também por esse motivo que “brigo” tanto pelo uso correta da sigla PCD, que significa pessoa com deficiência.
Em especial essa nomenclatura levou anos para ser desenvolvida, já fomos chamados de aleijados, portadores, mancos e outros tantos adjetivos pejorativos que não cabem ser repetidos aqui. A luta foi grande para se chegar ao conceito PCD – Pessoa com Deficiência. Criada justamente para valorizar a pessoa independentemente de qual seja a deficiência.
Ainda é comum a utilização do conceito de forma errada e até mesmo das nomenclaturas antigas para se referir as pessoas com deficiência. Conceitos antigos e carregados de significados que desmereciam a pessoa ou até mesmo a deficiência, desta forma a nova sigla deveria suprir essa lacuna de representação deixada pelas anteriores. Deveria, pois essa nova denominação vem sendo usada também para criar um estigma dentro do universo das pessoas com deficiência.
É comum vermos anúncios espalhados com os seguintes termos “vaga PCD, desconto PCD, auxílio PCD” feitos de forma errada e até com certa omissão, algumas pessoas vem tentando colocar no termo PCD uma marca e que consequentemente atinge as pessoas com deficiência. Em primeiro lugar isso mostra a falta de conhecimento e familiaridade com a causa e com as pessoas que fazem parte dela, em segundo lugar se essas pessoas soubessem que as pessoas com deficiência não gostam de serem chamadas de apenas “PCD´s” elas repensariam seus conceitos e suas ações.
O primeiro passo a deixar claro é, não somos uma sigla, segundo a sigla surgiu justamente para valorizar a pessoa. Então o uso de forma errada, além de não incluir ainda contribui para a desinformação e a criação de um novo estigma de tratamento referente as pessoas com deficiência.
Reduzir alguém a uma sigla é mais do falta de conhecimento, é uma forma de preconceito que transforma a pessoa em um simples produto desse capitalismo desenfreado que toma conta de tudo e de todos.
Então fica a fica: Antes de qualquer coisa, valorize a pessoa.
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