A vida de um atleta depende de esforço, dedicação, determinação e muito comprometimento, e na vida de um paratleta, além de tudo isso, depende também da sua aceitação.
A paratleta Quenia Victor pratica o Jiu-jitsu e ela tem a amputação do antebraço direito. Essa deficiência aconteceu devido um acidente em uma máquina de moer carne, aos dois anos de idade. O esporte, então, a ajudou a se aceitar, e ao fazê-lo, percebeu que tinha habilidade.
Quenia diz que começou a praticar o esporte, pois sempre teve vontade de fazer artes marciais: “Há 4 anos atrás tomei coragem e superei mais este obstáculo e fui me matricular no jiu-jitsu. Antes conversei com o professor e ele me incentivou bastante. No outro dia já estava na academia de kimono, tamanha era a minha vontade”.
Referências no Esporte
Dentre seus exemplos no esporte, ela cita Kyra Gracie, Anderson Silva e Hélio Gracie. Além dos atletas paralímpicos, os quais diz que são vários. São modelos para ela, como Elcirley Luz Silva, Jess Munter e Rômulo Martins.
Os desafios no esporte
O Jiu-Jitsu paralímpico possui diferenças com o Jiu-Jitsu tradicional, pois se for uma luta do parajiu-jitsu é proibido atacar o membro deficiente do adversário. Porém, Quenia conta que: “Se for uma luta de um paraatleta com um sem deficiência segue-se a regra do jiu-jitsu convencional ou seja o membro com deficiência pode ser atacado”.
A paratleta também tem planos para o seu futuro com esse esporte. Ela quer deixar o seu legado, poder divulgar essa modalidade e ajudar a incluí-la nas olímpiadas. Além disso, ela pretende: “Conseguir apoio do governo com as bolsas de incentivo que hoje não temos direito. E representar novamente meu país no mundial de 2019”.
A paratleta também conta que não é fácil participar dessas competições, pois o custo para isso é alto. Isso demanda patrocinadores, mas quando isso não é algo possível, ela precisa ir por sua conta para as competições. Ainda nesse ano, em setembro, ela quer ir para o Grand Slan, em Los Angeles.
Títulos de Quenia
Quenia já conseguiu alguns títulos em sua carreira, alguns dos mais importantes são: Ouro no BH no Open Internacional (2016); Ouro na Grand Slan do Rio de Janeiro (2017); Ouro no Brazil National de Guarapari (2018); Ouro no South Continental de São Paulo (2018); Prata no South Continental de São Paulo (2018); e Prata no Mundial de Abu Dhabi.
Mensagem
Por fim, a paratleta Quenia Victor deixa uma mensagem para as pessoas com deficiência: “Saia do casulo, o lado de cá é muito melhor. Dificuldades e obstáculos todos encontrão em seu caminho e supera-los fará de você cada vez mais forte e quem sabe incentivar também outras pessoas como eu hoje consigo fazer”.
Toda a história de Quenia Victor mostra que é possível um atleta crescer dentro de um esporte com esforço e dedicação.
Texto: Bruna Beatris Berghan
Entrevista: Antonio Silva
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