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Foto do escritorAntonio Silva

ARRANHA-CÉU E A REPRESENTAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA


Quando um amigo me enviou o trailer e disse o “The Rock vai interpretar um amputado no seu próximo filme”, já me programei para ver. E isso aconteceu nesse final de semana, assisti o filme e vai aqui minhas observações e minha opinião sobre a questão da representação da pessoa com deficiência no filme, visto que não sou especialista em cinema e esse texto também não tem a pretensão de ser uma crítica sobre o filme de modo geral.

De forma geral o filme Arranha-Céu parece aqueles clássicos dos anos 90, com muita ação e um super-herói de carne e osso que enfrenta a tudo e a todos para salvar as pessoas e promover o bem comum. Nesse cenário nada melhor que Dwayne Johnson para realizar a façanha de ser um “duro de matar” com perna mecânica.

Nesse caso The Rock, interpreta um veterano de guerra que perdeu parte da perna esquerda quando era agente do FBI, durante uma ação, uma bomba explode e ele só acorda no hospital. Nesse ponto o filme não dá atenção à recuperação e nem o período de negação e aceitação a prótese, simplesmente o tempo passa e anos depois ele é um renomado consultor de segurança que vai avaliar o prédio mais seguro do mundo.

A questão da deficiência é “esquecida” no filme, visto que esse não é o propósito dele, mas ao mesmo tempo isso trás coisas positivas, pois é ausente no filme o fatalismo e heroísmo, característico daqueles que tentam falar de pessoas com deficiência no cinema.

A prótese e a deficiência estão presentes em poucas cenas do filme, são poucos momentos onde a perna aparece, mas em vários momentos é possível perceber que ele “manca”, maneira encontrada para demonstrar que tem uma deficiência ou uma dificuldade para andar. No mais há pelo menos quatro momentos em que a prótese é mostrada e até é fundamental para que ele consiga realizar suas ações.

Além disso, o filme transcorre de maneira natural, não há nenhuma menção as pessoas com deficiência ou alguma forma de inclusão, ele simplesmente é um mutilado de guerra, que precisa de uma perna mecânica para andar, apesar disso, é possível perceber a presença do trauma no início do filme quando ele tenta lembrar o acontecido.

Mesmo não sendo esse o propósito do filme, na minha visão perdeu-se a oportunidade de evidenciar e representar uma boa parcela da população mundial com alguma deficiência, visto que para alguns a utilização da prótese foi apenas uma forma de dar “fragilidade física” ao “super-humano” The Rock se comparado aos demais atores asiáticos.

Por fim, de positivo saliento a ausência de vitismo ou heroísmo relacionado a deficiência no filme, por outro lado lamento que isso não tenha sido mais explorado e colocado como uma forma de representação das pessoas com deficiência, sobretudo, os amputados.

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