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Foto do escritorAntonio Silva

Deficiência não é pornografia social


Deixando de lato qualquer fator sexual, moral e orgânico, levando em conta apenas os conceitos internos da mente e consciência. Qual o motivo para o consumo de material pornográfico? Qual a necessidade eu temos que é suprida através da pornografia?


Parecem questões complicadas, mas a resposta é bem simples: Quando consumimos pornografia, independente da forma, ou o tipo, na verdade, essencialmente estamos tentando saciar nosso dejeto por novos estímulos, estamos tentando nos excitar, ou seja, na mais estamos fazendo do que injetando novo animo para nosso corpo e mente.


A sociedade, enquanto grupo atuante de modo geral, tem necessidade constante de criar e se deparar com aquilo que lhe causa algum estímulo, não somente sexual, mas majoritariamente emocional e social.


Mesmo que sem intenção, ainda que seja uma imagem criada pelo subconsciente coletivo, pessoas com deficiência tendem a serem encaradas pelo restante da sociedade como seres limitados, incapazes e inferiores.


Deste modo, quando estes “seres inferiores” realizam as mesmas tarefas, ou simplesmente vivem a vida do mesmo modo que o restante dos “Seres normais’ da sociedade, eles são rotulados e vendidos como algo extraordinário e superlativo, são vistos como algo fora do comum e esperado.


Invariavelmente, quando deficientes e deficiências são temas para reportagens e programas midiáticos, a abordagem do “heroísmo” do “Exemplo de superação” e da “fonte de inspiração” está sempre presente. Entretanto, o que parece uma exaltação, se trata apenas do uso das pessoas com deficiência como pornografia social.


Como eu disse anteriormente, as pessoas têm necessidades constantes de estímulos, então este conceito de “Se a pessoa que é limitada faz tal coisa, por quê você também não pode fazer?” Nada mais é do que a exposição do ser tido como inferior, com o objetivo puro e simples de gerar motivação nas “pessoas normais”.


A mídia não é a única a usar as pessoas com deficiência com este proposito. Qualquer pessoa ao cruzar com um deficiente na rua, em qualquer circunstância que seja, tende a ter esse tipo de comportamento, ainda que não demonstre.


Sem falar nos próprios deficientes que tem na pornografia social sua fonte de renda e fazem palestras motivacionais com o objetivo de inspirar pessoas e empresas que necessitam de novos estímulos para a melhoria de seus resultados pessoas e profissionais.


A problemática de o deficiente ser o ator principal da pornografia social se dá pelo fato de que, na maioria das vezes, ele não passa a ser visto como individual comum da sociedade e suas qualidades, defeitos, anseios e sentimentos passam a ser questões invisíveis.


O deficiente é visto como alguém, cuja única função de sua existência é estimular e inspirar pessoas sem deficiência, tal qual, o ator ou atriz de um filme pornô que a todo o momento deve excitar e causar prazer ao expectador.


Pessoas com deficiência, acima de tudo, são indivíduos normais então para de usar a deficiência e seus contextos como forma de estímulos para a sociedade. Deficientes não vivem para saciar o fetiche mental da superação. Não queremos inspirar vocês!

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