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Foto do escritorAntonio Silva

INCLUSÃO NA PASSARELA ATRAVÉS DA MODA

Cada vez mais as pessoas com deficiência estão sendo e se sentindo incluídas, fato que se deve ao olhar atento de muitas pessoas e também a diversas políticas públicas que possibilitam a quebra de barreiras. Desta forma, as pessoas com deficiência estão tendo acessos a produtos e serviços em todas as áreas, inclusive no mercado da moda.

O mercado de moda inclusiva está em crescimento e cada vez ganha mais espaço entre as pessoas com deficiência. E uma das estilistas que mais se destacam nesse segmento é a porto-alegrense Vitoria Cuervo, formada em moda que decidiu dedicar seu trabalho de conclusão de curso ao tema das pessoas com deficiência “Em 2009, quando estava pensando no meu trabalho de conclusão de curso de moda, quando um aluno cadeirante passou por mim, ai eu comecei a pensar na questão do vestiário para esse público.” Comenta.

Desde então, Vitoria se dedica a esse público realizando pesquisas, desfiles e produzindo peças para atender a demanda de pessoas com deficiência, segundo ela uma peça pode ser criada de forma inclusiva ou pode ser adaptada “Tanto pode pegar uma peça que existe e adaptar, mas minha ideia como estilista é ter a peça pronta e adaptada. Ela é uma peça igual a qualquer outra peça, mas com algumas mudanças, nas mangas, no zíper. É diferenciado, mas da para todo mundo usar”, além disso, numa peça inclusiva “É preciso pensar em uma maneira fácil de colocar a roupa”. Explica.

Mas, trabalhar com moda inclusiva não exige apenas a adaptação das roupas, é preciso também pensar na acessibilidade dos locais, sobre isso Vitoria conta que “Todas às vezes é preciso adaptar rampas e tal.. mas é sempre muito legal, pela valorização da autoestima das pessoas.” Conta.

Na questão de mercado ainda estamos em desenvolvimento, segundo Vitoria o mercado em termos de Brasil ainda é pequeno e a maioria das vendas são online, para ela a principal dificuldade ainda é o preço e a questão cultural “Ainda não temos a cultura de comprar a roupa adaptada. O valor também é um impeditivo. Tem 46 milhões de pessoas no Brasil é um mercado de fato, mas o consumo ainda está se descobrindo.”

Sobre a busca por modelos ela conta que sempre conseguiu através de amigos e por meio da internet, já que não existe uma agência especializada em pessoas com deficiência “Tenho amigos cadeirantes e através de amigos deles conheci várias pessoas e sou amiga virtual de vários.” Conta.

Sobre a sua criação ela se caracteriza como uma estilista de moda inclusiva, isso se deve as coleções já feitas e as constantes pesquisas na área “A maioria das minhas coleções de fato são inclusivas, além das deficiências tem as Plus Size e outras adaptações.” Explica.

A moda tem papel importante na identidade das pessoas, sejam elas com ou sem deficiência, por isso, pensar uma moda inclusiva, vai muito além do mercado. Esse tipo de ação é a materialização da inclusão “O papel da moda na vida das pessoas é extremamente importante, é uma forma de expressão, de inclusão. As pessoas tem que ter acesso a uma roupa bacana que as identifique.” Finaliza.


“O papel da moda na vida das pessoas é extremamente importante, é uma forma de expressão, de inclusão. As pessoas tem que ter acesso a uma roupa bacana que as identifique.”

Créditos:

Foto 1: Ana Viana - Divulgação

Foto 2: Facebook/Vitória Cuervo / Divulgação

Foto 3: Ana Antares

Peças produzidas por Vitória são pensadas para atender as necessidades das pessoas com deficiência.

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