No último dia 14, o mundo perdeu um de seus maiores cientistas, Stephen Hawking, foi pioneiro em diversas pesquisas e revolucionou o mundo por conta disso. Aos 21 anos, ele foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa. A esclerose não é, propriamente uma deficiência, porém, seu agravamento acaba tornando a pessoa deficiente.
E foi isso que me motivou a escrever essa coluna, a deficiência adquirida de Hawking em consequência da ELA, mesmo com as dificuldades causadas pelo agravamento da doença ele seguiu seus estudos, mas o ponto de destaque ainda não é esse, e sim a oferta de acessibilidade que ele teve, foi sim isso, que possibilitou a ele ser um dos maiores nomes da ciência.
No dia da sua morte muitos compartilharam frases, textos e pensamentos dele, porém, poucos pensaram que suas empresas, órgãos e entidades quase não oferecem acessibilidade e muitas vezes sequer contratam uma pessoa com deficiência.
Então dizer que Hawking, era um exemplo de superação e tal não significa nada se não mudarmos nossa postura em relação às pessoas com deficiência que estão ao nosso redor, pois precisamos fazer mais daquilo que esta ao nosso alcance, e isso significa dar a oportunidade de emprego/estágio, incentivar e exigir acessibilidade, eliminar barreiras e dar autonomia a pessoa com deficiência na realização de suas tarefas.
Uma pessoa como Hawking, no Brasil estaria condenada ao ostracismo e a inúmeras portas fechadas, mas ai você pode pensar “ele era um gênio” sim, mas temos muitos gênios com deficiência no Brasil e nem, por isso, eles ocupam lugares de destaque. Um exemplo são as Forças Armadas, que não aceitam pessoas com deficiência pelo simples fato da necessidade de ter “aptidão física”, nesse ponto desperdiçamos verdadeiros gênios, nas mais diversas áreas pela simples necessidade física. Mas, não precisamos ir longe, basta olharmos as empresas ao nosso redor, quantos cargos de relevância são ocupados por pessoas com deficiência? Pouquíssimos.
Escrevi isso para que possamos refletir sobre o que estamos fazendo com as nossas pessoas com deficiência, pois é muito fácil e merecido elogiar o trabalho de Stephen Hawking, mas e os nossos “Hawkings” o que estamos fazendo por eles? Estamos dando as oportunidades? O apoio? A conversa? A reflexão é muito válida, pois a inclusão não deve ser feita somente porque a lei manda, mas sim, porque podemos e devemos acreditar que ali existe um profissional de qualidade, e principalmente uma pessoa com sonhos e objetivos.
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