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Foto do escritorAntonio Silva

PCD não tem consciência de classe


As pessoas geralmente colocam uma áurea de santidade e bondade nos PCD´s. Nós somos vistos como pessoas cândidas, bondosas, sem maldade no coração e que não temos defeitos. Obviamente, essa visão é errônea. A condição física não faz alguém melhor ou pior, bom ou ruim, a pessoa possui qualidades e defeitos como todo mundo, entretanto, uma característica o PCD tem de modo geral: O egoísmo!


Não estou dizendo que isso é uma característica patológica que tem a ver com o quadro clínico das pessoas com deficiência, longe disso. Mas até por também ser um deles, eu afirmo que o PCD é um ser egoísta em relação a sua classe. NOS FALTA MUITA CONSCIÊNCIA DE CLASSE!


Esse individualismo ocorre talvez não propositalmente, mas por que o PCD tem dificuldade de se enxergar ou perceber que faz parte de um grupo minoritário. Certamente, ele tem consciência que existem outros PCD´s, mas a dificuldade ocorre em ter a percepção que os demais também partilham das mesmas dificuldades.


Isso ocorre, porque, ainda hoje, grande parte dos PCD´s, são criados por seus familiares e vivem boa parte de suas vidas, em uma espécie de bolha. A superproteção e excesso de zelo, que a família muitas vezes envolve o PCD, faz com que ele não percebe as dificuldades que envolve sua condição. E se não há dificuldade, não há razões para se lutar.


Outra razão é que por incrível que pareça, muitas PCD´s se acham foda demais. Muito por culpa da mídia que vende esse estereótipo de “exemplo de superação” e outros similares, faz com que muitos realmente se achem o máximo, apenas pelo fato de enfrentar a vida. A prepotência criada por ele mesmo, faz com que deixe de se ter a visão do coletivo, pois quem se acha acima do bem e do mal se basta sozinho, não precisa do grupo.


PCD´s públicos ou midiáticos que poderiam muito bem ajudar nesta aglutinação da classe enquanto grupo, além de possível falta de interesse na temática, como acontece com qualquer pessoa, de qualquer grupo minoritário que for, qualquer dificuldade a não existir, ou existir de forma menor. Quando você tem dinheiro, fama ou reconhecimento, qualquer preconceito ou dificuldade é amenizada.


Mas independentemente de ter as dificuldades amenizadas ou não, o PCD só reclama, questiona ou briga por algo, quando o lesado é ele mesmo. Quando o problema passa a ser com ele especificamente. Se ele souber de um outro PCD passando por algum problema, raramente ele vai comprar sua luta.


É sempre “A minha dificuldade”, “o “Meu problema”, “A falta de acessibilidade pra mim” e por aí vai. O Cadeirante usa sempre o pronome na primeira do singular, quase nunca na primeira do plural; É muito “eu” e pouco “nós”.


Depois reclama que ninguém está preocupado com a situação do PCD, mas no fundo nem ele está, ele está preocupado com a sua situação, não com as dos demais PCD´s.


Pode parecer e até ser clichê, mas enquanto não nos vermos como parte de um grupo minoritário e não rumarmos juntos pra essa luta, vai ficar cada vez mais difícil Vamos deixar de ser egoístas.

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