Pode começar te apresentando: Nome, idade, profissão, tipo de deficiência e a causa
Meu nome é Marcelly Ramos de Oliveira, 22 anos, sou estudante de Direito, tenho deficiência física (cadeirante),nasci com essa deficiência.
1) Quando e porque você decidiu se tornar uma militante dos direitos da pessoa com deficiência?
Por ter uma deficiência, sei um pouco do que a gente (pessoas com deficiência, no geral) quer e precisa como ser humano: igualdade, direito de ir e vir, e vendo que em muitos casos essas coisas nos são negadas, como falta de acessibilidade nos lugares públicos, ruas, etc, me tornei militante da minha própria causa.
2) Quando e porque você decidiu se tornar uma militante dos direitos da pessoa com deficiência?
Me incomoda o fato de a inclusão ser tão discutida e ainda assim muitos lugares e pessoas não aceitarem essa inclusão, ou não entenderem o conceito e o porquê de se incluir.
3) Na tua visão quais são os conteúdos mais importantes para realizar a inclusão de fato?
Tudo começa na escola mesmo, a criança com algum tipo de deficiência deve ser incluída nas atividades junto com os colegas que não tenham deficiência alguma, para que ela desenvolva as habilidades e isso mostre aos colegas que essa criança é igual a todas na sala. Isso criará adultos aptos a incluir, e passar pra frente essa ideia (de que ser diferente não muda nada), porque tem que começar de algum lugar não é?
4) Qual é o maior inimigo do processo inclusivo?
A sociedade que não está aberta ao diferente (preconceituosa mesmo), se isso for bem trabalhado lá na infância tenho certeza que um dia veremos as coisas mudarem.
5 – Quem são tuas referências no mundo da inclusão?
A Maria da Penha (que não conheço pessoalmente, estudo bastante sobre a lei que esta criou (uma das mais importantes leis do País). E o Gabriel Feiten, um amigo muito querido que conheço há anos, ambos pessoas admiráveis, e que tem muito pra ensinar.
6) O que mais te da medo?
Meu maior medo é da intolerância das pessoas, da não aceitação das pessoas em relação a aqueles que não são iguais.
7) O que mais te deixa feliz?
Com certeza o que me deixa feliz é saber que mesmo na cadeira de rodas eu posso sonhar e realizar tudo que eu quiser, a cadeira não é impedimento nenhum.
8) Quais dúvidas ou certezas guiam seu trabalho?
Como futura advogada, mais pra frente perita criminal, a incerteza que eu tenho é de se realmente o mercado de trabalho estará adaptado (preparado) pra mim.
9) Se pudesse mandar um recado ao presidente Jair Bolsonaro, o que diria?
Espero de verdade que o senhor honre com a palavra de que vai tentar pelo menos melhorar a vida das pessoas com deficiência (nem que seja só dos deficientes auditivos, já é um começo).
10) Indique um livro para nossos leitores... se possível dentro do universo da inclusão.
(A Voz do silêncio da Giselda Laporta Nicolelis), li ele a alguns anos na escola, fiz apresentação sobre o livro (acho que estava na quarta série). É um livro infantil, que retrata a vida de uma criança surda, este livro realmente me marcou muito. Vale a leitura em qualquer idade.
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