A vida é uma é dinâmica, intensa, forte e ao mesmo tempo leve, livre e feliz, poucas palavras, mas que podem definir a terceira personagem da nossa série.
Thaísa Passos, 27anos, sanitarista, paraparesia de membros inferiores, cadeirante. Devido a um câncer na infância.
1 – Quando e porque você decidiu se tornar uma militante dos direitos da pessoa com deficiência?
Nunca foi uma decisão fixada. Em verdade a vida e a profissão foram me levando a lutar por aqueles que não tinham voz ou até vergonha.
2 – Que tipo de coisas ou ações mais te incomoda no processo inclusivo?
Achar que eu sempre preciso de ajuda. Ou que eu sou uma coitada, por exemplo: muitos estudam longe de casa e fazem estágio... eu não sou exemplo por isso.
3 – Na tua visão quais são os conteúdos mais importantes para realizar a inclusão de fato?
Jogar o "reality" para o mundo. A gente tem uma deficiência, não somos ela. Eu trabalho, saio, danço, caio, levanto, sonho, erro e afins. A vida da pessoa com deficiência é normal. Precisamos apenas que nos incluam em tudo e seremos "normais ali" faremos o que conseguir. Como todos fazem!
4 – Qual é o maior inimigo do processo inclusivo?
Achar que aquela pessoa é A diferente. Enquanto somos todos diferentes.
5 – Quem são tuas referências no mundo da inclusão?
Sem ser piegas a minha mãe que nunca me deixou pensar em exclusão. E uma pessoa "pública" Elizabeth Coutinho precursora da terapia crânio-sacral no Brasil. Ela tem sequela de poliomielite.
6 – O que mais te da medo?
Solidão me dava muito medo. Hoje em dia é carreira profissional, pois vivo em hospital e quem vai me empregar e ser mãe, um sonho que queria muito poder realizar.
7 – O que mais te deixa feliz?
Minha vida, olhando cada obstáculo e cada amigo que fiz. Minha vida me deixa muito feliz.
8 – Quais dúvidas ou certezas guiam seu trabalho?
Eu vivo o que meus pacientes vivem. Sei que não é fácil. É duro demais um diagnóstico ruim. Mas foca no futuro. O agora é só obstáculos para quando tu olhar para trás pensar "Eu venci tudo isso!".
9 – Se pudesse mandar um recado ao presidente Jair Bolsonaro, o que diria?
"Acreditei nas suas propostas, admito sua mulher e, por favor, dê mais chance para todos. Vamos mostrar que podemos!".
10 – Indique um livro para nossos leitores... se possível dentro do universo da inclusão.
Carolina e a ostra. Ele não trabalha deficiências, mas trabalha a inclusão e foi o primeiro livro que li na infância.
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