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Foto do escritorAntonio Silva

Perfil Inclusivo #5: Carol Constantino


Como empoderar a pessoa com deficiência? Essa pergunta está na mente de muitas pessoas, mas a resposta está clara na cabeça de é Carol Constantino, assistente social que tem uma deficiência genética chamada atrofia muscular espinhal-AME

1 – Quando e porque você decidiu se tornar uma militante dos direitos da pessoa com deficiência?

Nunca caminhei, mas apenas aos 21 anos é que comecei a ter vontade de sair, mas não podia, pois os locais não eram acessíveis, momento em que eu quis trabalhar mas ninguém me contratava... Foi aí que percebi que tudo estava errado e comecei a lutar para tentar mudar algo.

2 – Que tipo de coisas ou ações mais te incomoda no processo inclusivo?

A segregação e o capacitismo que ocorre de forma velada... Não sou a favor de campanha de trânsito, por exemplo, que fazem do cadeirante o coitado da história e perguntam se querem trocar de lugar com ele. Ou então, campanhas de "moda inclusiva" onde apenas pessoas com deficiência participam. Ou ainda, programas de arrecadação de fundos que são muito apelativas e sempre trazem a pessoa com deficiência como uma coitada e um exemplo de superação... São iniciativas que só contribuem para que as pessoas continuem nos tratando como diferentes!

3 – Na tua visão quais são os conteúdos mais importantes para realizar a inclusão de fato?

Conteúdos como educação inclusiva, inclusão no trabalho, acesso digno à saúde, conteúdos que iram proporcionar a equidade de direitos, onde não vamos ser vistos como especiais, mas sim como cidadãos de direitos como qualquer outro.

4 – Qual é o maior inimigo do processo inclusivo?

A falta de empatia da sociedade, pois muitos das nossas barreiras que enfrentamos poderiam não existir se todos se empenhassem a facilitar a nossa vivência junto de todos.

5 – Quem são tuas referências no mundo da inclusão?

Helen Keller (mulher com surdocegueira que teve grandes conquistas para as pessoas com deficiência), Romeu Sassaki (um grande pesquisador brasileiro sobre inclusão das pessoas com deficiência) e o senador Paulo Paim que lançou o projeto para a criação da Lei Brasileira de Inclusão.

6 – O que mais te da medo?

As barreiras que enfrentamos é o que mais me amedronta, pois muitas pessoas entram em depressão por causa delas, vivem isoladas por causa delas, e até correm riscos de vida por causa delas.

7 – O que mais te deixa feliz?

Quando percebo que alguns direitos estão sendo efetivados.

8 – Quais dúvidas ou certezas guiam seu trabalho?

A minha maior dúvida é sobre o nosso futuro, não sei como será, mas justamente, por isso, tento fazer meu máximo para ter algo positivo mais a frente.

9 – Se pudesse mandar um recado ao presidente Jair Bolsonaro, o que diria?

Sr. Presidente, mesmo que temos alguma deficiência, somos capazes de decidir o que queremos ou não. E nós queremos continuar a estudar junto de todos, queremos continuar com o apoio do governo para nossa permanência no mercado de trabalho, necessitamos de capacitação de profissionais da área da saúde e queremos, podemos, decidir sobre nossa orientação e vida sexual sem sofrer nenhum tipo de discriminação.

10 – Indique um livro para nossos leitores... se possível dentro do universo da inclusão.

Indico uma leitura muito boa do livro "Mentira Perfeita" da escritora brasileira, Carina Rissi. É um romance lindo vivenciado por uma mulher e um homem cadeirante que trás muitos detalhes legais sobre o nosso dia a dia.

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