Vivemos um momento politicamente complicado, onde vale quase tudo para se fazer valer uma opinião e suas verdades. Mas, talvez você que está lendo se pergunte, o que está coluna tem haver com política, pois bem, tudo! A política está em tudo o que fizemos até um simples "bom dia" para o vizinho tem uma relação política.
E é, nesse contexto de tensão, que se afloram preconceitos e a intolerância, e isso afeta diretamente a vida de todos nós. No caso de pessoas com deficiência a luta é diária para tentar combater essas questões.
Existem leis, existem políticas públicas e campanhas que lutam para o combate ao preconceito em todas as esferas da sociedade, porém, ainda estamos longe de chegar num conceito ideal para o combate efetivo.
No meu caso, mesmo sendo afetado minimamente pelas sequelas da deficiência é, comum, por exemplo, as pessoas não quererem sentar ao meu lado no ônibus ou coisas afins. Agora é fácil imaginar o que pessoas com casos mais graves passam todos os dias.
Mas, você conhece algum preconceituoso? Sabe onde eles vivem? O que fazem? Como se comportam? Pois então, essa é uma das perguntas mais importantes quando se pensa no combate ao preconceito. Afinal ninguém é preconceituoso, pelo menos em público, ninguém é capaz de expor abertamente suas ideias e deixar aflorar esse lado sombrio da personalidade humana.
E esse politicamente correto é, uma das coisas que mais dificultam o combate ao preconceito, pois é impossível lutar e combater um inimigo invisível, um inimigo que está entre nós, mas que não tem coragem de dar a cara a tapa e defender suas ideias, mesmo que ridículas.
Mas, como se combate o preconceito? Com educação! É, preciso falar sobre o tema nas escolas, nas ruas, nas rodas de conversa é, preciso sobretudo, aceitar que vivemos a mercê de diversos preconceitos todos os dias.
O momento político que vivemos aflora ainda mais os ânimos, vejo pessoas lutando para perder seus direitos, querendo abrir mão de conquistas importantes. Desta forma corremos para um quadro ainda mais sombrio, ainda mais tenso que pode aumentar ainda mais o preconceito e a intolerância contra pessoas com deficiência e outras chamadas minorias.
Mas você já pensou que não somos tão minoria assim? Somos 23,9% da população, ou seja, quase 46 milhões de brasileiros, nós temos potencial para conquistar qualquer espaço na sociedade, decidir uma eleição e até mesmo eleger representantes. Mas, onde estamos? O que estamos fazendo? Qual o teu papel na tua comunidade, na tua rua? Sem participação ativa na sociedade somos apenas números e números sem ação não somam.
Essa coluna serve como uma reflexão sobre nossas ações diante dos preconceituosos, pois é, preciso enfrenta-los e vencê-los, a melhor forma para isso, é ter argumentos, um debate de qualidade e também não “deixar passar” a oportunidade de denunciar qualquer que seja a prática sofrida. Além disso, a participação social é fundamental, participe da vida política, do conselho da pessoa com deficiência da sua cidade e de outras iniciativas que visem a inclusão e o combate ao preconceito.
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