Esse texto é um misto de observação, indignação e experiência, talvez seja muito mais de indignação, mas os outros dois itens compõem os resultados. Muitos de nós, pessoas com deficiência reclamam de suas cidades, pois falta acessibilidade, faltam calçadas de qualidade, faltam lojas prontas para nos receberem como compradores.
Mas, listar as faltas é muito mais fácil que apontar as soluções! E as soluções? Bem ai, o processo é mais complexo, pois precisamos de políticas públicas aplicadas, de participação na vida pública, de interesse na nossa causa.
Além disso, tem uma coisa simples e prática que ajudaria muito nessa mudança de cenário: Vai pra rua! Isso mesmo, sai de casa, se mostre, diga para as pessoas que você tem os mesmos direitos delas, que você pode comprar, comer, andar e estar nos mesmos lugares que elas.
Vai pra rua! Isso mesmo, sai de casa, se mostre, diga para as pessoas que você tem os mesmos direitos delas, que você pode comprar, comer, andar e estar nos mesmos lugares que elas.
Por experiência própria sei que isso funciona, pois sempre sai muito para a rua, enfrentei a falta de acessibilidade, me machuquei muitas vezes por ter que enfrentar algumas situações, mas mostrei para as pessoas que é preciso pensar numa cidade para todos, onde todos tenham respeitados o direito básico de ir e vir.
Por exemplo, andando de ônibus entendi os problemas do transporte público, e também entendi que além da falta de acessibilidade e fiscalização, há muita falta de educação, as pessoas precisam aprender que respeitar o banco preferencial não é um favor. Frequentando locais sem rampas mostrei aos donos que é preciso ter rampas e que tendo rampas ele vai ampliar seu público consumidor. Depois de ir a alguns lugares e as pessoas perceberem a minha dificuldade em acessar ou permanecer, muitos deles me pediram ajuda para saber como fazer uma rampa.
Andando por ai, também mostrei para muitas pessoas que eu era muito mais que uma pessoa com deficiência, que eu era muito mais que alguém que “manca” de uma perna ou tem uma postura “errada”, consegui mostrar para eles que posso fazer o que quiser dentro das minhas possibilidades. E poderia fazer muito mais se houvesse acessibilidade e mais respeito das pessoas.
Por esses exemplos que acredito e incentivo as pessoas com deficiência a irem para as ruas, se mostrarem, deixarem seu recado, vencerem os olhares desconfiados, e ajudarem aqueles que têm dúvidas. Assim com a participação de todos poderemos construir uma sociedade realmente inclusiva.
Assim com a participação de todos poderemos construir uma sociedade realmente inclusiva.
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